Crescendo na Graça - Jesus



Ontem estive vendo o novo filme de DC Comics, A Liga da Justiça, se vocês têm visto, uma das características interessantes são os personagens que representam semideuses, como a Mulher Maravilha e o Aquaman. A idéia de semideuses tem sido cada dia mais popular na cultura atual.

No Artigo de hoje, estaremos aprendendo sobre Jesus, que é a Palavra encarnada de Deus, Emanuel, Deus conosco. Isto pode levar ao leitor a ter uma visão equivocada de quem realmente Jesus é. Eu não ficaria surpreso que algumas pessoas acabassem tendo uma imagem de Jesus sendo semideus, ainda que isto esteja longe de ser a verdade. Esta é a razão pela qual o Artigo II tenta apresentar de forma simples e clara quem Jesus é para que o leitor tenha uma idéia clara.

ARTIGO II - DO VERBO OU FILHO DE DEUS, QUE SE FEZ VERDADEIRO HOMEM
O Filho, que é o Verbo do Pai, gerado da eternidade do Pai, verdadeiro e sempiterno Deus, e consubstancial com o Pai, tomou a natureza humana no ventre da bendita virgem e da Sua substância; de sorte que as duas inteiras e perfeitas Naturezas, isto é, Divina e Humana, se uniram em uma Pessoa, para nunca mais se separarem, das quais resultou Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem; que verdadeiramente padeceu foi crucificado, morto e sepultado, para reconciliar Seu Pai conosco, e ser vítima, não só pela culpa original, mas também pelos atuais pecados dos homens.

Este Artigo tenta responder à pergunta, "Quem é Jesus?" E, ao mesmo tempo, esclarecer, "por que Jesus se fez homem?" A segunda forma parte na realidade da primeira.

O Artigo faz uso do termo gerado, podendo dar a entender que teve um tempo que Jesus não era, ou não existia, porém não deve ser compreendido nesse sentido quando se fala que Jesus foi gerado. A terminologia é usada para ajudar a entender a relação entre as pessoas da Divindade, Pai e Filho. Jesus sempre foi, não teve um momento em que não era, porque Ele sempre foi Deus e parte da Divindade. Isto é esclarecido com maior ênfase quando o artigo afirma que é verdadeiro e sempiterno Deus, e consubstancial com o Pai. Jesus é Deus, uma das pessoas da Divindade da Trindade, e sempre foi desde a eternidade a eternidade.

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito existiria." (João 1.1-3)

Jesus se fez homem. O evangelista Mateus diz que Emanuel, Deus conosco, habitou entre nós. Portanto, os Credos falam de que Jesus é Deus e também é Homem. Este possivelmente seja um mistério da fé tão difícil de compreender como a própria Trindade. Ele não deixou de ser Deus quando se encarnou e se fez homem, tampouco sua humanidade foi destruída pela sua divindade. Ele era perfeito e plenamente Deus e Homem.

A encarnação foi um dos atos mais bondosos e amorosos de Deus. O Senhor mostrou seu amor pela humanidade vindo à terra e resgatando a humanidade dos seus próprios caminhos perversos, vencendo satanás e nos libertando do castigo do pecado e da morte. Isto se fez possível, porque o poder do Espírito Santo veio sobre Maria. Ele foi plenamente homem e plenamente Deus desde a concepção. Por isso, afirmamos que Maria é Theotokos, Portadora de Deus. Porque Jesus era Deus e Homem quando estava no ventre de Maria. As duas naturezas não podem ser divididas, nem separadas. Ele sempre foi a Palavra desde o inicio, que estava com o Pai e o Espírito, inclusive antes de que existisse a noção de tempo, espaço ou realidade. O mistério real se encontra em que, quando Jesus se encarnou, se converteu em uma nova criação, o primeiro nascido de uma multidão. O Filho Eterno e Imortal se fez humano, ainda que preexistia a sua própria concepção, para que nós pudéssemos ser resgatados e reconciliados com o Pai.

Jesus abandonou a comunidade da Divindade e a presença do Pai para se fazer homem, e cumprir o perfeito e bom propósito de Deus para o Seu povo eleito e a criação. Em Cristo, somos resgatados e feitos nova criação pela nossa união com Ele. Por isso, Jesus se fez homem, nos mostrou como viver uma vida agradável a Deus em plena obediência. Sua vida é de tal importância que, às vezes, fico surpreso que os teólogos não tomem suficiente tempo para falar dessa vida maravilhosa. Geralmente, falamos do nascimento, morte, ressurreição e segunda vinda, no entanto esquecemos de falar extensivamente da vida que é o exemplo a ser seguido por todos os discípulos de Cristo.

Não tem como negar a importância da sua morte na Cruz, Seu sacrifício no calvário, e Sua entrega pela salvação do mundo. Porém, não devemos esquecer toda a história de Jesus, se não queremos acabar esquecendo uma parte da vida dele.

Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Sua morte permitiu que fossemos novamente reconciliados ao Pai, e restaurássemos a comunhão íntima com Deus. Isto é maravilhoso, e a maravilhosa graça de Deus nos alcançou para ser feitos à imagem de Cristo pelo poder do Espírito Santo.

N.T. Wright, no seu livro "Jesus and the Victory of God", escreve que Jesus fez mais que isso, Ele virou a encarnação de Israel, mostrando o verdadeiro retorno do exílio, e servindo como líder da nova humanidade, de acordo com a vontade de Deus. Esta ideia está em conformidade com a ideia da Santa Igreja Católica, o corpo de Cristo, ser a manifestação visível do Reino de Deus e a proclamação escatológica do novo céu e da nova terra. Assim, Jesus é a nova criação a qual todos somos chamados a participar por adoção, chamado e cumprimento.

Se consideramos que uma vez o pecado tenha sido destruído e temos sido limpos dele, então temos o caminho aberto para ter comunhão novamente com Deus, porque temos sido justos em Cristo pela fé. Um ato da graça de Deus para nos reconciliar com Ele. Deus é o autor e consumidor da nossa fé.

Deus faz toda a obra, nós somente podemos confessar nossa fé em Cristo e nos arrepender dos nossos caminhos. Ainda assim, estes atos são o resultado da obra já realizada pelo Espírito Santo.

A separação entre Deus e a humanidade agora é coisa do passado, porque temos a possibilidade de nos reconciliar com Deus pela obra expiatória de Cristo. Somente a fé nos abre o caminho que anteriormente podia somente ser imaginado como possível. Temos sido livres da culpa do pecado original, também do pecado que habita em nós. Agora somos livres, verdadeiramente livres. Nos mostrou esse amor eterno. Não é somente uma frase bonita para agradar as pessoas, mas uma realidade presente que transforma nossas vidas eternamente.

O amor de Deus é a maior força jamais conhecida pelo homem. Capaz de mudar a história, sendo superior a fé e a esperança. Esse amor se mostrou que Jesus se fez homem, viveu em meio da humanidade, se entregou livremente a morrer na cruz, ainda sendo inocente e sem culpa, e ressuscitou ao terceiro dia. Fez tudo isso quando ainda estamos longe dele e nem procuramos conhecê-lo. Somente podemos responder com gratidão e ação de graças diante de tal amor.

TEXTOS PARA MEDITAR

João 1.1-14; João 3.14-21; Romanos 3.20-22; Filipenses 2;5-11; Colossenses 1.15-20.

PERGUNTAS PARA REFLETIR

- Quem é Jesus?

- Jesus morreu realmente pelos pecados de todo o mundo?

- Porque Jesus se encarnou e se fez homem?


LIVROS PARA SEGUIR CRESCENDO NA GRAÇA

LETHAM, Robert, A obra de Cristo, Editora Cultura Cristã, SP.

MACLEOD, Donald, A pessoa de Cristo, Editora Cultura Cristã, SP.

STOTT, John, O Incomparável Cristo, ABU Editora, SP.

WRIGHT, N.T., Os desafios de Jesus, Editora Palavra, SP.









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