Mensagem de Natal 2016



Em Lucas 2,10-11, lemos estas palavras, “Mas o anjo lhes disse: “Não tenham medo. Estou trazendo boas-novas de grande alegria para vocês, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”

Vivemos em uma era onde receber boas notícias, tem se convertendo em um luxo, pouco a pouco. Quem não precisa receber boas novas? Neste tempo, onde vivemos uma crise financeira sem precedente na nossa geração e mudanças rápidas no mundo, inclusive um alto grau de confusão sobre o futuro da Igreja de Cristo.
Diante de tal situação, quem não precisa uma boa palavra amiga? Como encontrar esperança enfrentando os temores? Onde ir para encontrar sabedoria na hora de tomar decisões?

A notícia do nascimento do Salvador, anunciada aos pastores de Belém, foi uma boa notícia que não eliminou as notícias anteriores, nem as boas, nem as más. Ela despertou, sem nenhuma dúvida, uma reação otimista sobre o futuro e fez ressurgir esperança, como sabemos pela reação dos pastores que glorificaram e louvaram a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto. Também, temos os magos do Oriente que saíram em busca do recém-nascido para adorá-lo e, por outro lado, o rei Herodes desejava matá-lo e, deste modo, se livrar de um possível problema futuro. Diante do perigo pela vida de Jesus, Maria e José tiveram que fugir para o Egito, evitando desta forma que o menino Jesus fosse assassinado.

O Evangelho nos revela um contexto de tensão e conflito. A família alegre pelo filho nascido, porém, obrigada a fugir posteriormente para terras estrangeiras, sendo refugiados, buscando um futuro melhor. Egito, assim, se converteria no Seu lar por um tempo. O Salvador do Mundo teve que viver na sua própria experiência o que significava ser um refugiado, porque sua vida estava em perigo.

Imaginemos, por um instante, como seria recebido como uma boa notícia a mensagem por parte do Senhor de que José, Maria e Jesus podiam agora voltar a Israel, porque já não existia mais perigo. Uma boa notícia faz bem e traz a esperança tão necessária; especialmente, neste tempo, quando passamos por situações de dificuldade, como doença, desemprego, desavença, desprezo, solidão, medo, aflição.

Às vezes, nos encontramos em tal escuridão que parece o fim do túnel nunca irá chegar. Por exemplo: os refugiados sírios poderiam perfeitamente contar suas histórias de desesperança e desespero. Porém, em meio da tragédia, um número crescente deles tem descoberto o Deus vivo, Jesus, que se fez homem e deu esperança a humanidade. A fé surge como um raio da esperança com o choro do menino Jesus. O mundo sem amor tem a maior demonstração de autêntico amor na Encarnação.

Sem dúvida, todos nos podemos lembrar momentos onde enfrentamos o desespero, sem esperança alguma. Às vezes, por longo tempo, experimentamos tais situações e tentamos escapar do nosso mundo. Percebemos que, tal desejo, era mais fruto da próprio desespero que da realidade a qual éramos capazes de criar diante de nós.

Não existe dor mais profunda que olhar o horizonte, sem perspectivas, sem chances nem possibilidades de mudar a realidade onde estamos. O horizonte parece mais negro do que o presente. Neste instante, uma boa notícia faz toda a diferença, transforma nossa realidade de tal modo que seria até inimaginável por um instante. Porém, esse é o poder da Encarnação.

O menino Jesus é a boa notícia, o Evangelho do Reino. As promessas esperada por Israel por séculos, e profetizadas por gerações, se faz realidade em um instante. A Palavra que criou o Universo, se faz visível no logos. Emanuel, Deus conosco, abre os Céus para fazer presente o Reino entre todas as nações e povos do mundo.

Não é somente uma data no nosso calendário. Uma escusa para celebrar com a família, ainda que o mundo precisa mais motivos para reunir as famílias. Natal é a eterna celebração do poder de Deus que fez possível pelo Seu amor superar a separação entre o Criador e a Criação.

O Evangelho é a última boa notícia que deixou uma marca no calendário do mundo todo. Tal evento inspirou homens a se engajarem na causa do Reino, a viverem os valores que o menino Jesus nos anunciou, e voltar a imaginar o futuro da humanidade além de nós mesmos.

Assim, cada ano, Natal reafirma a boa notícia do nascimento de Cristo, o Salvador. É a celebração da presença de Deus, que, segundo Isaías 41.10, dá forças, é ajuda e proteção com a sua forte mão, é presença amorosa e transformadora apesar e além da dor e do medo que marcam a vida de tantas pessoas, de irmãs e irmãos na fé.

Nessa confiança e nessa esperança no Deus Conosco, desejo a ti, meu amigo e irmão, e à sua família um Feliz Natal e um abençoado 2017!

Publicado em Reformai.


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